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[RESENHA] A Filha do Rei do Pântano

Olá Leitores!

Páginas: 264 |Editora: Verus |Autora: Karen Dionne | Ano: 2019

Essa leitura foi um desafio para mim, e também é um livro que me rendeu muitas sensações. O tema proposto é bem delicado e sinto que as pouco mais de duzentas páginas se transformaram em mil na medida que fui avançando na leitura. Tudo isso aconteceu pela quantidade de cenas dolorosas que o livro apresenta.

Ele é contado sob os olhos de Helena, que narra todo o livro. Ela é uma mulher aparentemente normal, mas que foi criada em circunstâncias peculiares. Sua mãe aos 14 anos, foi raptada e mantida presa pelo seu algoz em um pântano. Ele a estuprou e ela engravidou de Helena, que acabou sendo criada também no pântano. Helena sempre pensou que sua família fosse normal e não a culpo por isso.

"Há um estigma em ser a filha de um sequestrador, estuprador e assassino de que não é fácil se livrar."
Quando criança, ela nunca havia conhecido ninguém além de seus pais e isso transforma a mente de uma pessoa. Sua criação, cujo principal responsável foi seu pai, deixou grandes marcas em sua vida. No início da leitura, enquanto Helena está adulta, vemos que ela e sua mãe saíram do pântano e seu pai foi preso anos antes por conta do sequestro.

Recentemente foragido, o pai de Helena está a solta e ela sente que é a única que pode localizá-lo. Enquanto sai em busca de seu paradeiro, Helena tem flashbacks da sua infância sob os cuidados de seu pai e a sombra de sua mãe. Essas lembranças nos dão peças para montar um quebra-cabeça sobre como foi sua infância e como ela saiu do pântano.

"Por um longo tempo, eu me culpei pela captura do meu pai. Ele confiou em mim e eu o decepcionei."
No decorrer da leitura, o leitor irá deparar com uma enxurrada de novas sensações e nem todas elas são boas. A criação de Helena dada por seu pai, a transformou numa pessoa partidária dele, e continuamente desprezando a mãe. Senti uma falta enorme de menções da mãe de Helena no livro, mas ela é como uma sombra tendo como principal objetivo apenas corroborar na construção da protagonista.
"Ele me criou e me moldou para ser uma versão de si mesmo, mas, ao fazê-lo, plantou as sementes de sua própria queda."
Acontece que o modo como Helena vê a mãe é desesperador. Ela a culpa em diversas ocasiões por motivos toscos e declara seu amor pelo pai psicopata em outras tantas ocasiões. Isso não é bonito, apesar de nos fazer entender que isso foi obra de uma criação deturbada. As complicações disso são sérias e visíveis mesmo na sua idade adulta.
"Eu não gostava quando meu pai batia na minha mãe, mas havia vezes, como agora, que ela merecia."
Tudo isso faz com que a leitura se torne dolorosa. Os sentimentos de afeto de Helena pelo pai me afetou e senti muita raiva da protagonista nesse aspecto. É importante notar o quanto a criação de uma criança pode afetá-la em seus sentimentos, assim como em seu futuro. Helena foi uma criança má influenciada e se tornou uma mulher dura por conta disso. Infelizmente o livro possui poucos diálogos, e o deixa com uma impressão de ser ainda maior, e aos poucos a leitura se torna cansativa.





16 comentários:

  1. Esse livro me intrigou, principalmente pelo fato de abordar como a criação pode afetar a vida de uma criança, acredito muito nisso e por isso penso tanto sobre ter filhos, é muito difícil criar um ser humano de uma forma evoluída, de uma forma que ele não tenha as mesmas limitações ou cometa os mesmos erros que nós!

    https://www.kailagarcia.com

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    1. Somos obrigados a pensar sobre isso durante a leitura e também tendemos a nos espelhar, por isso o assunto de criar uma criança deve ser considerado com seriedade.

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  2. Oi, Leyanne! Menina que leitura pesada, né? Não conhecia o livro e achei a premissa interessante, mas dispensaria a leitura porque com certeza eu me sentiria bem perturbada depois :(
    Gostei muito da sua resenha!

    Bom fim de semana ♥
    Estante Bibliográfica

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    1. Se te incomodou, eu nem recomendo a leitura. Ela é bem pesada.

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  3. Esse último quote que você colocou é muito forte e ajudou total a dar o tom na sua resenha. Gente, como alguém pode achar que a mãe merecia apanhar do pai? Fiquei com ainda mais vontade de ler o livro mas já percebo que ele é do tipo que incomoda o leitor por conta da forma de pensar da Helena em alguns momentos em prol do pai. Quase (ou totalmente, não sei) uma Síndrome de Estocolmo, ou to doida?

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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    1. Sim, a síndrome parece bem presente aqui, e a sensação que temos na leitura é angustiante.

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  4. Oi, Leyanne!
    O livro tem um enredo muito forte e traz bastante carga emocional. Só ao ler sua resenha já percebi o quanto se trata de uma leitura dolorosa.

    Beijos
    Construindo Estante || Instagram

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    1. Até me senti mal quando terminei de ler. Realmente ele trata de assuntos bem fortes.

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  5. Oi Leyanne, acho que meu sentimento seria como o seu sabe, e não leria este livro, sua descrição de como as páginas se alongam, nossa, to fora!
    Ao mesmo tempo adorei sua resenha, mas não iria curtir este livro!

    Beijos Mila

    Daily of Books Mila

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    1. Fico bem incomodada com livros que se alongam assim, então se vai se sentir incomodada, não leia mesmo.

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  6. Olá, Leyanne.
    Minha nota para o livro foi maior que a sua hehe. Eu senti falta de diálogos no livro e isso me incomodou bastante. E não consegui gostar da protagonista porque mesmo sabendo tudo o que o pai fez com a mãe ela ainda continuou defendo ele mesmo que inconscientemente.

    Prefácio

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    1. A protagonista acaba dificultando a leitura e também nos impede ainda mais de gostar do livro, infelizmente.

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  7. Olá!
    Livros assim sempre me deixaram incomodada e talvez eu demore ler este além de não ter muitos diálogos e ser bem lento. Mesmo assim gostei muito da resenha!
    Beijos

    L de Saturno

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    1. A quantidade baixa de diálogos dificultam a leitura, mas ainda assim ela flui relativamente bem.

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