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[RESENHA] O Livro do Cemitério


Olá Leitores!

Páginas: 336 | Editora: Rocco | Autor: Neil Gaiman | Ano: 2008

Neil Gaiman já conquistou um espaço no meu coração quando li outras obras suas. Ao ler O Livro do Cemitério, tive uma surpresa muito boa. A obra se trata de uma história sobrenatural envolvendo vários elementos mórbidos, como fantasmas, cemitério, assombrações e etc.

Uma história assim vindo de Gaiman promete muitas coisas. Primeiro, ele sempre coloca subjetividade em suas obras e nos deixa com uma pulga atrás da orelha sobre o que é de fato real ou não. Outra coisa interessante a seu favor, é que uma história de aparência tão mórbida, com uma pitada de humor do autor, dá um excelente livro.


Nele, um bebê teve sua família morta por um homem chamado Jack. O bebê engatinhou até o velho cemitério que ficava perto de sua casa e lá alguns seres lhe ajudaram a sobreviver. Agora órfão, ele é acolhido por alguns fantasmas residentes no cemitério. Os guardiões do lugar lhe concederam liberdade no cemitério, mesmo não sendo um morto.


"O cemitério guardava seus segredos"
A ideia de um bebê ser criado por fantasmas é absurda, mas aos poucos vamos nos acostumando a isso. O garoto é chamado então de Ninguém Owens, com um apelido carinhoso de Nin. A evolução dele é gradual e acompanhamos esse crescimento durante a leitura.

Nin começa a ter aulas dentro do cemitério, com pouca interferência dos vivos. Ainda sendo alvo do assassino de sua família, ele não pode sair do cemitério até tudo acabar. Acompanhar seu crescimento, permite ao leitor que também tenha uma noção de como é a convivência dele com sua família adotiva.



Os capítulos mais parecem pequenos contos sobre sua evolução e interação com os outros fantasmas entre outras coisas sobrenaturais. Há alguns seres ainda mais trevosos no livro, como ghouls. O humor mórbido deixa tudo mais leve e as vezes até esquecemos que se trata de uma história sobre um garoto criado por fantasmas em um cemitério.


Há pouca interação de pessoas vivas com Nin, ele arruma uma amizades em determinadas ocasiões, mas a relação serve para nos mostrar como a estranheza de se deparar com alguém como Nin, pode afetar um julgamento, levando uma pessoa a desprezar a outra.

"Ele era Ninguém Owens, disse Nin a si mesmo. Fazia parte do cemitério. Ficaria bem."
O fato de Nin ser rejeitado por essas pessoas, me deixou extremamente solidária com ele. Ele vive em um intermédio entre o mundo dos vivos e dos mortos, o que lhe dá algumas vantagens em ambos os casos.

O livro é curto, lindo e ainda possui algumas ilustrações. Apesar do tema parecer pesado, essa é das obras de Gaiman mais leves que li e que de fato recomendo para todo mundo. Ele não contém nenhum pingo de maldade.

Especulei até mesmo algumas ideias quanto a subjetividade empregada por Gaiman em sua obra. Nin pode ficar no cemitério e ver os fantasmas até certa idade, e isso me deixou pensando sobre a imaginação de uma criança. Não estou dizendo que a obra seja um devaneio de Nin, mas que talvez seja graças a sua imaginação pura que ele tenha conseguido ver fantasmas.

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2 comentários:

  1. Oi Leyanne
    Eu já li alguns livros do Neil (só dois) e acheu a escrita dele bem leve.A proposta do livro é bem bizarra ,mas parece ser legal.Esta na lista dos que quero ler algum dia

    Beijos

    Mundinho quase perfeito

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  2. Oi, Leyanne como vai? Esse livro é surpreendente por sua fluidez na escrita e leveza no desenrolar dos ocorridos na obra. O Neil Gaiman é um autor muito bom. Sua resenha ficou excelente, parabéns! Abraço.


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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